The effect of acuse exercise on endothelial progenitor cells is attenuated in chronic heart failure
Van Craenenbroeck EM et al. Eur J Appl Physiol. 2011, 111: 2375-9.
O que se sabe a respeito até o momento?
A medula óssea possui células que se diferenciam em células endoteliais maduras, auxiliando na reparação e renovação celular de vasos sanguíneos (vasculogênese). Estas células, denominadas células progenitoras endoteliais (CPE), respondem positivamente ao exercício físico em indivíduos saudáveis.
Por que os pesquisadores fizeram esse estudo?
Durante o exercício (efeito agudo),pacientes com insuficiência cardíaca não mostram alterações nas CPE. Porém, há efeitos subagudos que ocorrem após o estímulo no leito vascular, e o exercício poderia influenciar a liberação de CPE neste período maior que sucede a sessão.
Quem foi estudado?
Foram incluídos 7 pacientes com insuficiência cardíaca crônica (ICC), com reduzida fração de ejeção do ventrículo esquerdo (≤ 40%), sedentários e estáveis. Para o grupo controle de saudáveis, os pesquisadores incluíram 4 indivíduos jovens e 4 idosos.
Como foi feito o estudo?
O número circulante das CPE foi avaliado antes (linha de base), e em momentos posteriores (10 min, 30 min, 1, 2, 4, 8, 12, 24 e 48 horas) a uma única sessão de exercício máximo em bicicleta.
O exercício foi aplicado através de um teste incremental, com aumentos periódicos da carga.
Quais foram os achados?
O nível de CPE na linha de base não foi diferente entre os grupos. Nos indivíduos saudáveis, o número de CPE circulantes aumentou significativamente 10 minutos após o exercício e se manteve elevada até 2h. Um novo aumento de CPE nos sujeitos controles foi observado 24 h após o exercício (em aproximadamente 148% nos idosos saudáveis, p<0,05), retornando à linha de base somente 48h após a intervenção.
Em pacientes com ICC a sessão de exercício máximo não proporcionou mudanças significativas no decorrer das 48h após a intervenção.
Quais as limitações do estudo?
O pequeno número de indivíduos é uma limitação importante. Os autores não encontraram diferenças no número de CPE circulantes entre os grupos, o que vai contra estudos mais robustos que demonstram redução destas células em idosos e em patologias cardiovasculares quando comparadas a indivíduos jovens.
Devido ao pequeno número de pacientes com ICC, o poder estatístico (que não foi apresentado) pode ser baixo para a inexistência de diferenças. Ou seja, nesse artigo, nossa confiança nas NÃO-diferenças é menor do que nas diferenças significativas.
Quais as implicações do estudo?
Ressalto que embora as limitações citadas sejam relevantes, estas não desmerecem os achados do estudo. O exercício físico é parte dos cuidados primários de pacientes com insuficiência cardíaca, e assim, é de extrema importância o entendimento da resposta das CPE frente ao exercício.
O número inalterado de CPE circulantes após a intervenção escolhida pelos autores indica uma incapacidade da medula óssea em responder rapidamente frente ao exercício. Ressaltamos que, no médio/longo prazo o exercício aumenta as.
A intensidade e volume devem ser explorados no futuro, já que o exercício por si só proporciona lesão vascular e um equilíbrio entre lesão e recuperação se faz necessário para integridade dos vasos sanguíneos.
Para acessar o estudo original, clique aqui.